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605 Forte

O meu Mundo frase a frase. Ironia e sarcasmo usados sem aviso prévio.

OE ou não é

por F., em 01.10.24

O trabalho de um político é, fundamentalmente, conversar. Se os políticos não conseguem conversar, de que nos serve ter políticos?

1 comentário

De zé onofre a 01.10.2024 às 20:28

Boa tarde

Tem toda a razão. Os políticos devem conversar, mas para isso há lugares certos, não é abrirem a boca na Praça Pública.
1 - O papel do Presidente da República é zelar pelo bom funcionamento das Instituições Democráticas. Mas deve fazê-lo no remanso do Gabinete, onde recebe o Governo e Dirigentes Partidários.
Agora abrir a boca sempre que lhe surge um microfone pela frente e coagir, ou chantagear como se queira, os partidos - neste caso mais o PS e o PSD - com a dissolução da Assembleia da República, é lançar areia para as engrenagens das Instituições.
2- Um Primeiro Ministro - governo - que corre atrás dos dirigentes partidários - neste casa só o PS e o CH - demitindo-se de apresentar à Assembleia da República o Orçamento por si elaborado para apresentar ao Parlamento um orçamento cozinhado por ele e pela oposição com a garantia que ele será aprovado. Nem sei para que se dar ao trabalho de incomodar os senhores deputados, principalmente os da AD, PS e CH, já que os outros não entram nestas contas.
3 - Os dirigentes Partidários depois de recebido a proposta do Orçamento que o Governo vai apresentar no Parlamento deveriam reunirem-se com os seus deputados analisarem o documento e no momento próprio, durante a apreciação da lei do orçamento e sua votação, ficaríamos a saber qual a posição dos Partidos face ao provável futuro Orçamento.
Ora mal têm conhecimento da dita lei vêm para a rua fazer chantagem sobre o Governo dizendo que se o Governo isto, ou o Governo aquilo, ou reprovam o orçamento.
É assim que os dirigentes de todos os partidos passam um atestado de minoridade aos seus deputados, e atestam, apesar de todas as suas juras ao valor da Assembleia da República, a sua inutilidade.
4 - Os "opinadores políticos", armam-se em políticos e desenham futuros cenários para o após aprovação, ou não aprovação, do Orçamento.
Quando deveriam esclarecer que o espetáculo a que assistimos de políticos a perorar aos microfones o ou isto, ou aquilo, é uma afronta ao Estado de Direito Democrático, com os poderes, que deveriam conservar-se separados, a atropelarem-se uns aos outros.
Deveriam esclarecer os portugueses que a chantagem do Presidente da República, é isso mesmo, pois a rejeição do Orçamento não obriga a novas eleições, antes disso há outras soluções como formar, por exemplo um novo Governo, pois é possível encontrar uma maioria que apoie um novo Governo.
5 - Concluindo. O Presidente da República não modera, incendeia. O governo não executa sozinho quer atrelar às suas decisões partidos que não o apoiam. Os partidos da Oposição, que deveriam limitar-se a apreciar e aprovar, ou rejeitar, as propostas do Governo querem executar o seu Programa - neste caso mais o PS e o CH - através de um governo que não é o seu.
Todos eles passam um atestado de inutilidade aos Deputados e à Assembleia da República. É esta a Democracia Burguesa que temos.
Boa semana,
Zé Onofre
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