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605 Forte

O meu Mundo frase a frase. Ironia e sarcasmo usados sem aviso prévio.

Fábula do Certo, da Greve e da Educação

por F., em 18.03.18

Certo dia, o Professor Mocho castigou toda a sua turma de borregos por não ter encontrado o culpado de certa vil acção. Ainda ameaçou dizendo que castigaria todos, caso ninguém se assumisse como culpado. Certo é que ninguém quer ser o delator da turma, da mesma forma que também é certo que é preferível ser culpado e cumprir castigo em conjunto do que sozinho. Decerto que o leitor já reparou em que o fardo é mais fácil de ser carregado se for transportado por todos do que apenas por um. História diferente seria se fosse para comer o fardo. Aí é certo que toda a gente o quer comer sozinha, mas isso são conversas para outros posts. Onde é que eu ia? Ah, certo! O castigo! Dizia eu que ninguém se tinha assumido como culpado e então toda a turma tinha sido castigada. Naquele momento, havia apenas uma certeza naquela turma de vinte borregos: para ser justo com um, o Professor Mocho tinha sido injusto com dezanove.

 

Um certo número de anos mais tarde e que agora certamente não importa precisar, um dos borregos já tinha barbicha e tornou-se no Excelentíssimo Bode Ministro da Educação. Uma das suas primeiras medidas visou combater a incompetência de um punhado de professores aplicando uma certa medida a toda a classe de professores. Certo era e certo foi que os professores acharam a medida injusta e avançaram com uma greve numa certa quinta-feira certeiramente pensada para que os professores (Mochos e outras aves) batessem as asas para o fim-de-semana dois dias certinhos mais cedo. 

Nada mudou e assim se foi cambaleando, decerto que não muito bem, até aos dias hoje.

 

Moral da História: quem um dia tinha sido inocente era agora culpado. Quem um dia tinha sido culpado continuava a ser culpado. É este o problema de trabalhar na Educação. É a base de tudo. Quando a Educação falha, falha a sociedade.