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605 Forte

O meu Mundo frase a frase. Ironia e sarcasmo usados sem aviso prévio.

Porto Editora - Breves Considerações

por F., em 27.08.17

Depois de toda a polémica com os livros da Porto Editora e sobre o facto de serem discriminatórios em relação às mulheres, eis que, resumidamente, Ricardo Araújo Pereira folheou as páginas e a conclusão a que se chega é que, sendo edições diferentes, o grau de dificuldade é igual. Quem quiser ver com os próprios olhos pode fazê-lo aqui entre o minuto 16 e o 35. Aqui ficam as minhas breves considerações:

 

 

1- Este é mais um daqueles exemplos de uma sociedade histérica e que incorre muitas vezes no erro de opinar sem conhecimento. Com base num printscreen e sem nunca terem tido a humildade de folhear o livro, a sociedade indignou-se. As pessoas passam a vida indignadas. O problema é que não há uma única pessoa indignada no Mundo que não ache que tem razão. Hoje em dia o pavio é muito curto e as pessoas indignam-se sem estarem informadas. Indo ao limite, mesmo que o livro fosse aquilo que diziam ser, a solução nunca passaria por tirar o livro de circulação. A única coisa pior do que uma ideia perigosa é uma ideia perigosa abafada. A única forma de combater uma ideia perigosa é com argumentos. Em Angola prendem-se pessoas por lerem livros. Em Portugal defende-se a retirada de circulação de livros quando não concordamos com eles. Em nome da liberdade, dizem eles. Será que somos mesmo mais livres quando nos limitam o pensamento desta maneira?

 

 

2- É engraçado ver que isto foi notícia em todo o lado. A notícia foi apenas a reprodução daquilo que ia sendo dito nas redes sociais. Se numa situação destas a investigação era tão simples, bastando ir a uma papelaria comprar o livro, o que pensar sobre situações noticiadas bastante mais complexas? Valerá a pena ter jornalistas em vez de gravadores nas redacções? Como podemos acreditar num jornalismo baseado no diz que disse primário? A grande ironia de tudo isto está no facto de ter sido um humorista a fazer o trabalho de um jornalista. Que forma tão simbólica de fazer pouco de toda uma classe. 

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